Cletinho Critica Itamaraty por recusa em custear translado de brasileira morta na Indonésia
"Itamaraty nega custear translado do corpo de Juliana Martins, mais FAB envia jatinho pra buscar ex primeira dama condenada por corrupção", escreveu o senador Cletinho.

Uma publicação do senador Cletinho (Republicanos-MG) em suas redes sociais levantou uma forte polêmica ao comparar a recusa do Itamaraty em custear o translado do corpo de Juliana Marins, falecida na Indonésia, com o uso de um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar uma ex-primeira-dama condenada por corrupção. A postagem do parlamentar gerou indignação e reavivou o debate sobre o tratamento dispensado a cidadãos brasileiros em diferentes situações.
"Itamaraty nega custear translado do corpo de Juliana Martins, mais FAB envia jatinho pra buscar ex primeira dama condenada por corrupção", escreveu o senador Cletinho. A fala do senador faz referência ao trágico falecimento de Juliana Marins, a jovem brasileira que morreu após cair em um vulcão na Indonésia, e cuja família tem enfrentado dificuldades e custos elevados para trazer o corpo de volta ao Brasil.
O Debate sobre os Custos de Translado e o Uso de Aeronaves da FAB
A questão do custeio de translado de corpos de brasileiros falecidos no exterior é uma pauta recorrente. O Itamaraty geralmente não possui dotação orçamentária específica para cobrir os custos de translado de restos mortais, que podem ser bastante elevados e são, em regra, de responsabilidade das famílias. Os consulados e embaixadas prestam apoio consular, orientando e auxiliando os familiares na burocracia e na busca por soluções, mas o custeio raramente é feito pelo governo federal. Essa política é justificada pela complexidade de gerir e fiscalizar esses gastos em larga escala e pela falta de previsão orçamentária para tal finalidade.
Por outro lado, o uso de aeronaves da FAB por autoridades e ex-autoridades tem sido objeto de intenso escrutínio público e judicial. As regras para o uso desses aviões preveem que eles devem ser utilizados a serviço da União, por autoridades de alto escalão, em viagens oficiais ou em situações de segurança e emergência. A utilização para fins pessoais ou em situações que não se enquadram nessas categorias é frequentemente questionada e pode configurar uso indevido de recursos públicos.
A declaração do senador Cletinho, ao colocar as duas situações em paralelo, busca evidenciar uma percepção de desigualdade no tratamento dispensado pelo Estado brasileiro a seus cidadãos. Enquanto a família de uma cidadã comum, em uma tragédia, enfrenta burocracia e custos para o translado, uma ex-primeira-dama condenada por corrupção teria tido acesso a um serviço de transporte pago pelo contribuinte. Essa narrativa alimenta o debate sobre privilégios, justiça social e a alocação de recursos públicos, especialmente em um contexto de polarização política e desconfiança nas instituições.
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