Nova aliança deixa eleitores de direita órfãos em Alagoas
Muitos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro viam em JHC uma espécie de "herói" contra a esquerda.

A política alagoana caminha para uma reviravolta que pode redefinir completamente o cenário eleitoral de 2026. Com a aproximação entre o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), e o senador Renan Calheiros (MDB), figuras antes vistas como antagônicas, os eleitores de direita se veem sem representação clara no estado.
Até recentemente, muitos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro viam em JHC uma espécie de "herói" local contra a hegemonia da esquerda em Alagoas. Jovem, comunicativo e com forte presença nas redes sociais, o prefeito era considerado por muitos como um nome promissor para disputar o governo estadual. No entanto, a possível aliança entre as famílias Caldas e Calheiros começa a mudar essa percepção.
O cenário político, embora ainda envolto em incertezas, já levanta diversas hipóteses: JHC poderia abrir mão da prefeitura para concorrer ao Senado, tentar uma vaga na Câmara dos Deputados ou até integrar uma chapa com Renan Filho como vice-governador. Apesar das especulações, nem JHC nem Renan Filho confirmaram qualquer projeto nesse sentido.
No meio de todas essas articulações, surge um nome que não pode ser ignorado: o do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Com desejo antigo de disputar uma vaga no Senado, Lira pode ver seus planos ameaçados por essa nova configuração de forças. A grande pergunta é: ele terá capital político suficiente para enfrentar uma possível união entre Renan Calheiros e JHC?
Enquanto isso, a direita alagoana se vê órfã. Sem JHC como possível representante e com a ausência de outras lideranças bolsonaristas de peso no estado, os eleitores se perguntam se devem simplesmente engolir a nova aliança e apoiar o “prefeito instagramável”, agora de braços dados com a velha política que um dia combateu. Ou será que surgirá um novo nome que consiga unir a base conservadora de Alagoas?
O fato é que as alianças políticas já estão sendo desenhadas e, aos poucos, se consolidam nos bastidores. E enquanto os líderes fazem seus movimentos em silêncio, o eleitor de direita observa, cada vez mais distante das decisões que moldarão o futuro político do estado.