O drama envolvendo a brasileira Juliana Marins, que caiu em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Ilha de Lombok, Indonésia, lançou holofotes sobre este impressionante e perigoso vulcão. Conhecido por suas paisagens deslumbrantes e trilhas desafiadoras, o Rinjani é um gigante adormecido que esconde uma história geológica fascinante e apresenta características geográficas que tornam qualquer operação de resgate extremamente complexa.

Localização e Geografia

O Monte Rinjani, ou Gunung Rinjani no idioma local, está situado na Ilha de Lombok, na província de Nusa Tenggara Ocidental, Indonésia. Com uma altitude de 3.726 metros (12.224 pés), ele se destaca como o segundo maior vulcão da Indonésia. A ilha de Lombok, por sua vez, está localizada em uma região geologicamente ativa conhecida como "Círculo de Fogo do Pacífico", que concentra grande parte dos vulcões e terremotos do mundo.

A geografia do Rinjani é marcada por seu terreno íngreme e variado. A trilha, considerada uma das mais difíceis do país, exige mais de 2,6 quilômetros de subidas acentuadas, com caminhos rochosos, solo arenoso e muitas vezes escorregadio. O vulcão abriga o deslumbrante Lago Segara Anak, de águas azul-turquesa, formado dentro de uma vasta cratera. No centro desse lago, há um cone vulcânico secundário, o Gunung Baru Jari, que permanece ativo e é responsável por erupções recentes e fumaça que pode ser vista da trilha.

A área ao redor do Rinjani é protegida pelo Parque Nacional Gunung Rinjani, que abriga uma rica biodiversidade, com densas florestas tropicais, campos de lava e uma variada fauna e flora.

História e Características

O Monte Rinjani é um estratovulcão ativo, um tipo de vulcão cônico e alto, construído por muitas camadas de lava endurecida, tefra, pedra-pomes e cinzas vulcânicas. Sua formação é complexa, parte de um complexo vulcânico que evoluiu ao longo de distintos períodos. O próprio Monte Rinjani é um dos mais jovens, com idade estimada entre 6 mil e 12 mil anos.

Sua história é pontuada por erupções significativas. Uma das mais notáveis, ocorrida em 1257, foi tão catastrófica que é considerada uma das maiores erupções vulcânicas da Terra, capaz de ter causado um resfriamento global temporário. A erupção mais recente registrada foi em 2016, que resultou em nuvens de cinzas e interrupções de voos, evidenciando que, embora atualmente seja classificado como "dormente", o Rinjani ainda pode acordar.

O Desafio da Trilha e a Tragédia

Apesar de seu status de vulcão ativo, o Rinjani é um destino muito popular para trekkers e montanhistas de todo o mundo. As rotas de subida mais comuns, que geralmente levam de dois a quatro dias, partem das vilas de Senaru ou Sembalun. No entanto, a trilha é conhecida por ser extremamente exigente e apresentar altos riscos, incluindo terrenos instáveis, áreas estreitas, mudanças climáticas bruscas e quedas. Vídeos de outros turistas no local demonstram a grandiosidade e a periculosidade do terreno.

Foi nesse cenário de beleza e risco que Juliana Marins sofreu a queda, ressaltando os perigos inerentes à exploração de ambientes naturais tão imponentes e imprevisíveis como o Monte Rinjani.

Leia mais sobre o assunto:

• Brasileira cai em vulcão na Indonésia e luta por resgate na Ásia
• Relação Brasil-Indonésia: acidente de brasileira em vulcão destaca desafios de cooperação consular