Líder do PT na Câmara Critica Hugo Motta por pautar votação do IOF: "Provocação infantil e erro grave"
A pauta do IOF é considerada crucial para o Palácio do Planalto, que tem defendido a medida como essencial para a execução do Orçamento e a manutenção de programas sociais, conforme já ressaltado pelo ministro Fernando Haddad.

A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar de surpresa o projeto que derruba o novo decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou forte reação no governo. Nesta quarta-feira (25), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), não poupou críticas ao movimento de Motta, classificando-o como uma "provocação infantil" e um "erro grave".
A tensão entre o Legislativo e o Executivo se acentuou com a inclusão repentina do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) do IOF na pauta de votações. O decreto em questão, publicado pelo governo federal no início do mês, visa, segundo o Ministério da Fazenda, corrigir injustiças tributárias e garantir o equilíbrio das contas públicas, utilizando o IOF como instrumento para combater a evasão fiscal de contribuintes de alta renda.
Para Lindbergh Farias, a atitude de Hugo Motta desrespeita o processo de diálogo e articulação política. "O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez uma 'provocação infantil' e cometeu um 'erro grave' ao pautar de surpresa a votação do projeto que derruba o novo decreto do IOF", declarou o líder petista, expressando a insatisfação da base governista.
A pauta do IOF é considerada crucial para o Palácio do Planalto, que tem defendido a medida como essencial para a execução do Orçamento e a manutenção de programas sociais, conforme já ressaltado pelo ministro Fernando Haddad e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A tentativa de derrubar o decreto no Congresso, sem prévio aviso e negociação mais ampla, é vista como um movimento hostil que pode comprometer a relação entre os poderes.
A manobra de Hugo Motta coloca em evidência a autonomia da presidência da Câmara e a complexa dinâmica política, onde o Republicanos, partido do presidente da Casa, oscila entre apoiar e confrontar o governo, dependendo dos temas e interesses em jogo. A votação do IOF promete ser um termômetro da força do Executivo no Congresso e da capacidade de articulação de seus aliados.
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