Gleisi Hoffmann rejeita cortes sociais e defende reforma tributária para cobrar o "andar de cima"
A petista fez questão de destacar os esforços do governo Lula para equilibrar as contas públicas. Ela apontou uma redução significativa no déficit primário, que teria passado de 2,3% do PIB em 2023 para 0,09% em 2024.

Gleisi Hoffmann, utilizou suas redes sociais para fazer uma contundente defesa da política econômica do governo Lula e rebater o que ela classificou como uma "conversa" sobre cortes em políticas sociais e sacrifício de aposentados. Para a deputada, essa discussão não representa um debate sério sobre política fiscal, mas sim uma defesa de privilégios e injustiças.
Ela argumentou que o Brasil está "cansado" de propostas que visam cortar políticas sociais, congelar o salário-mínimo e prejudicar os aposentados. Em sua análise, o país possui distorções históricas que precisam ser corrigidas, mas "jogar a conta nas costas da maioria só vai agravar o problema e aumentar a desigualdade".
A petista fez questão de destacar os esforços do governo Lula para equilibrar as contas públicas. Ela apontou uma redução significativa no déficit primário, que teria passado de 2,3% do PIB em 2023 para 0,09% em 2024. A deputada atribuiu essa melhoria não apenas ao aumento da arrecadação — que ela conecta ao crescimento da economia, dos empregos e do consumo das famílias —, mas também à redução das despesas primárias, que caíram de 19,6% para 18,6% do PIB nos últimos dois anos.
Juros elevados e "andar de cima": Os verdadeiros vilões para o PT
A crítica de Gleisi Hoffmann se aprofundou ao direcionar o foco da pressão sobre a dívida pública. Segundo ela, não são os investimentos do governo, sejam sociais ou em infraestrutura, que oneram as contas. A parlamentar apontou a "política monetária que herdamos do governo passado, com juros estratosféricos que vão levar essa conta a R$ 1 trilhão este ano" como a verdadeira vilã. Ela classificou essa situação como uma "ciranda maluca", injustificável diante de uma inflação que se mantém abaixo da média nacional dos últimos 30 anos.
Para ela, o elo que falta no esforço de equilíbrio fiscal é a contribuição do que ela chamou de "andar de cima". Este grupo, segundo Gleisi, não paga imposto sobre o rendimento de aplicações financeiras, lucros e dividendos distribuídos a acionistas, além de gozar de "isenções fiscais injustificáveis" e ser beneficiado pelas altas taxas de juros.
Propostas no Congresso: Justiça tributária em pauta
Gleisi Hoffmann defendeu as propostas do governo que buscam uma reforma tributária. Ela mencionou a intenção de cobrar mais Imposto de Renda de quem tem rendimentos muito elevados, com o objetivo de isentar aqueles que recebem até R$ 5 mil e hoje chegam a pagar 27,5% de imposto.
Outras propostas incluem a taxação de rendimentos de aplicações incentivadas que atualmente são isentas e o início da redução de gastos tributários com isenções que, em sua avaliação, não geraram empregos e custaram mais de R$ 600 bilhões em 2024.
A deputada finalizou sua manifestação afirmando que essas propostas estão no Congresso Nacional para debate e aprimoramento. Para ela, o "verdadeiro equilíbrio, fiscal e social, com justiça tributária" só será alcançado ao "cobrar imposto de quem não paga, ou paga proporcionalmente pouquíssimo".
Leia mais:
- Piauí: Boletim de ocorrência agora pode ser registrado pelo WhatsApp
- Discurso de Tarcísio na Paulista contradiz realidade da Gestão Estadual e Federal anterior