O cenário político alagoano testemunha uma reviravolta inesperada: a aproximação entre o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Antes adversários declarados, os dois líderes agora demonstram sinais de colaboração, desafiando as previsões políticas locais.

Fontes próximas ao prefeito relatam que JHC tem priorizado contatos com Renan Filho, muitas vezes negligenciando outras lideranças políticas locais. Recentemente, ambos foram vistos em Brasília ao lado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), em uma visita conjunta ao Palácio do Planalto. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teria informado o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) sobre o encontro, indicando uma articulação política de peso.

Nos bastidores, especula-se que JHC esteja considerando migrar para o PSB, partido de João Campos, visando fortalecer sua base política para futuras disputas eleitorais. Essa movimentação ocorre independentemente da possível nomeação de sua tia, Marluce Caldas, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A relação entre JHC e Renan Filho nem sempre foi amistosa. Em 2022, após as eleições, Renan Filho, então recém-eleito senador, criticou duramente JHC em um discurso inflamado, chamando-o de "prefeito instagramável" e questionando suas realizações à frente da prefeitura de Maceió . Além disso, durante a campanha municipal de 2024, Renan Filho acusou JHC de articular uma manobra política para beneficiar sua mãe, Eudócia Caldas, com uma vaga no Senado. 

Apesar das desavenças passadas, a política alagoana parece estar testemunhando uma reconfiguração de forças. A possível aliança entre JHC e Renan Filho pode representar uma estratégia para consolidar poder e influenciar as eleições de 2026. Enquanto isso, adversários políticos aguardam os próximos movimentos do prefeito, na esperança de conquistar apoios que poderiam fortalecer suas próprias candidaturas.

Essa mudança de postura entre os dois líderes destaca a natureza dinâmica e, por vezes, imprevisível da política, onde antigos rivais podem se tornar aliados em busca de objetivos comuns.