Cristina Kirchner é Presa; Gleisi Hoffmann Denuncia Perseguição Política Contra a Esquerda na Argentina
As acusações centram-se em um esquema de corrupção e fraude em licitações de obras públicas na província patagônica de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, manifestou profunda preocupação com a sentença de prisão e inelegibilidade imposta à ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner.
Gleisi Hoffmann reforça a defesa de Cristina Kirchner, que, juntamente com sua equipe jurídica, sustenta que a promotoria "nunca apresentou provas concretas" que justifiquem a condenação. A petista expressou solidariedade tanto à ex-mandatária argentina quanto ao Partido Justicialista, legenda à qual Cristina Kirchner preside.
A posição de Gleisi Hoffmann reflete a visão de setores da esquerda latino-americana que veem nas condenações de líderes progressistas na região um padrão de "lawfare" – o uso estratégico do sistema jurídico para fins de perseguição política. A solidariedade do PT a Kirchner sublinha a preocupação com o precedente que essa sentença pode abrir para a atuação política e os direitos democráticos na Argentina.
Entenda a prisão de Cristina Kirchner
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada e sua pena foi confirmada pela Suprema Corte de Justiça do país em 10 de junho de 2025.
As acusações centram-se em um esquema de corrupção e fraude em licitações de obras públicas na província patagônica de Santa Cruz, reduto político da família Kirchner. Segundo o Ministério Público argentino, uma construtora chamada Austral Construcciones, fundada pelo falecido marido de Cristina, Néstor Kirchner, teria ganhado 79% das licitações de obras rodoviárias na província durante os 12 anos em que os Kirchner estiveram no poder.
A investigação aponta que muitas dessas obras não foram concluídas no prazo, ou sequer foram finalizadas, e que a empresa teria recebido milhões em superfaturamento. Os tribunais estimam que essa "cartelização organizada" pelos Kirchner teria lesado o Estado em mais de US$ 1 bilhão.
Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão e à proibição perpétua de ocupar cargos públicos. Embora a condenação seja definitiva, por ter mais de 70 anos (ela tem 72), a ex-presidente pode solicitar o cumprimento da pena em prisão domiciliar. Cristina Kirchner nega todas as acusações e se declara vítima de "lawfare" – uma perseguição política, midiática e judicial orquestrada por seus adversários.
A sentença de prisão e inelegibilidade da ex-presidenta Cristina Kirchner significa uma grave ameaça para as liberdades políticas na Argentina. Cristina e sua defesa sustentam que a promotoria nunca apresentou provas concretas contra ela. Nossa solidariedade a Cristina e ao…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) June 11, 2025