Relação Brasil-Indonésia: acidente de brasileira em vulcão destaca desafios de cooperação consular
A Indonésia é um parceiro estratégico fundamental para o Brasil no Sudeste Asiático.

As relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia, estabelecidas em 1953 e elevadas a uma Parceria Estratégica em 2008, ganham um novo e dramático contorno com o grave acidente envolvendo a brasileira Juliana Marins, de 24 anos. A jovem, que fazia trilha no vulcão Rinjani, na Ilha de Lombok, Indonésia, caiu em um penhasco na última sexta-feira (20), e seu resgate tem exposto desafios logísticos e de comunicação entre as autoridades dos dois países.
A Indonésia é um parceiro estratégico fundamental para o Brasil no Sudeste Asiático. Ambos os países são membros do G20, do Foro de Cooperação América Latina - Ásia do Leste (FOCALAE) e, mais recentemente, a Indonésia formalizou seu ingresso como membro pleno dos BRICS a partir de janeiro de 2025 – um movimento comemorado pelo Brasil. As nações compartilham interesses em áreas como meio ambiente, desenvolvimento sustentável e energias renováveis, além de manterem cooperação em defesa e trocas comerciais crescentes. Antes da pandemia de COVID-19, a comunidade brasileira na Indonésia era estimada em cerca de mil pessoas, com grande parte radicada em Bali.
O Acidente de Juliana Marins e o Resgate Desafiador
Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), estava em um mochilão pelo Sudeste Asiático quando sofreu a queda de aproximadamente 300 metros no Monte Rinjani, um vulcão de 3.726 metros de altitude e considerado o segundo maior da Indonésia. Desde o momento do acidente, o resgate tem sido marcado por dificuldades extremas, principalmente devido às condições climáticas adversas – como forte neblina e ventos intensos – e ao terreno íngreme e escorregadio.
A família de Juliana, em contato com veículos de imprensa e através de redes sociais, tem expressado profunda angústia e críticas à lentidão e à aparente falta de preparo das equipes de resgate locais. Relatos indicam que as operações foram interrompidas diversas vezes, e que Juliana permanece sem água, comida e agasalhos desde a queda. Vídeos feitos por drones, que auxiliaram na localização inicial da jovem, a mostram consciente, mas debilitada e sem conseguir se mover, com a preocupação de que ela possa ter deslizado ainda mais montanha abaixo.
A irmã de Juliana, Mariana Marins, acusou o guia de ter deixado a jovem sozinha antes do acidente, contrariando informações iniciais de que ele teria permanecido com ela. O Itamaraty já está em contato com as autoridades indonésias, e a família vê o envio de um helicóptero como a "última esperança" para um resgate eficaz, dada a complexidade do terreno e a urgência da situação.
O incidente com Juliana Marins coloca em evidência a importância dos mecanismos de cooperação consular entre Brasil e Indonésia, que devem ser acionados com máxima celeridade e eficiência em momentos de crise envolvendo seus cidadãos. Enquanto as relações bilaterais seguem sua trajetória de aprofundamento, a prioridade imediata recai sobre a vida da jovem brasileira, cujo destino depende agora da agilidade e coordenação dos esforços de resgate em meio a um cenário hostil.
Leia mais sobre o assunto:
- Brasileira cai em vulcão na Indonésia e luta por resgate na Ásia
- Conheça o Monte Rinjani: O imponente vulcão onde brasileira sofreu acidente