Gilmar Mendes: O Ministro mais antigo do STF
A trajetória de Gilmar Mendes no STF demonstra a relevância de sua voz na construção do cenário jurídico e político brasileiro. Sua longevidade na corte e sua atuação em casos emblemáticos o consolidam como uma das figuras mais influentes do judiciário.

Nascido em Diamantino, Mato Grosso, no dia 30 de dezembro de 1955, Gilmar Ferreira Mendes é atualmente o ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), ocupando a cadeira na mais alta corte do país desde 2002.
Quanto à sua idade, o ministro completará 69 anos em dezembro de 2024. Embora a religião seja uma questão de foro íntimo, e não haja declarações públicas sobre filiações religiosas específicas, é sabido que sua formação acadêmica e jurídica é predominantemente laica. No que diz respeito à ideologia partidária, ministros do STF não possuem filiação partidária, agindo em tese de forma imparcial. Contudo, suas decisões e votos podem ser interpretados como alinhados a determinadas correntes ideológicas do direito ou da política. No caso de Gilmar Mendes, ele é frequentemente associado a uma postura garantista, que prioriza as liberdades individuais e os direitos fundamentais, e também a um perfil mais pró-reforma, buscando otimizar o funcionamento do sistema jurídico.
O ministro Gilmar Mendes foi nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
A indicação de Gilmar Mendes para a Suprema Corte foi um reconhecimento de sua trajetória profissional e acadêmica de destaque. Na época de sua nomeação, ele ocupava o cargo de Advogado-Geral da União (AGU), também durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, desde janeiro de 2000.
Causas prioritárias e polêmicas
Entre as causas que o ministro Gilmar Mendes tem priorizado no STF, destacam-se temas como o combate ao ativismo judicial, a defesa da segurança jurídica e a simplificação de processos judiciais. Ele também é conhecido por defender a importância do contraditório e da ampla defesa, frequentemente votando pela concessão de habeas corpus e pela anulação de provas consideradas ilícitas.
Ao longo de sua carreira no STF, Gilmar Mendes tem sido figura central em diversas polêmicas. Sua atuação em casos de grande repercussão, como os relacionados à Operação Lava Jato, gerou debates acalorados. Decisões que resultaram na soltura de réus ou na anulação de provas foram frequentemente alvo de críticas e elogios, dividindo opiniões entre juristas e a população. A extensão de sua atuação em casos que envolvem figuras políticas também é um ponto recorrente de discussões sobre os limites da atuação judicial.
Relação com Lula e Bolsonaro
A relação de Gilmar Mendes com Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro é complexa e multifacetada. Com Lula, a relação passou por diferentes fases. Em momentos de sua prisão no âmbito da Lava Jato, Gilmar Mendes foi um dos ministros que votou pela soltura, gerando um alinhamento pontual em algumas pautas. No entanto, o ministro já fez críticas públicas a governos petistas.
Já com Jair Bolsonaro, a relação foi marcada por intensos embates e tensões, especialmente durante o período da pandemia de COVID-19. Gilmar Mendes se posicionou de forma crítica a algumas condutas e políticas do governo Bolsonaro, defendendo medidas sanitárias mais rigorosas e a autonomia dos estados e municípios.
A trajetória de Gilmar Mendes no STF demonstra a relevância de sua voz na construção do cenário jurídico e político brasileiro. Sua longevidade na corte e sua atuação em casos emblemáticos o consolidam como uma das figuras mais influentes do Poder Judiciário.
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