Com o SUS, Brasil pode erradicar transmissão vertical do HIV e pede reconhecimento da OMS
Entenda o que é e como acontece a transmissão que o Brasil está quase próximo de ser considerado extinto.

O Brasil deu um passo histórico no combate ao HIV ao solicitar à Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da transmissão vertical — quando o vírus é passado da mãe para o bebê durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2023 o país registrou menos de 2% de casos de transmissão vertical e a taxa de incidência de HIV em crianças foi inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos, índice considerado muito baixo pela OMS.
Especialistas apontam que a conquista é resultado do fortalecimento do pré-natal, do acesso universal e gratuito a medicamentos mais eficazes e do acompanhamento contínuo das gestantes com HIV.
A transmissão vertical pode ocorrer em três momentos:
Gravidez: quando o vírus atravessa a placenta;
Parto: pela troca de sangue;
Amamentação: através do leite materno.
Com os avanços da medicina, mulheres que vivem com HIV podem ter filhos sem transmitir o vírus, desde que façam acompanhamento médico e utilizem corretamente os antirretrovirais.
Para especialistas, como o infectologista Ricardo Kores, a redução é fruto da evolução dos tratamentos e da política de acesso gratuito no SUS. “Hoje temos remédios seguros e eficazes que reduzem o vírus a níveis indetectáveis. Nessa condição, a gestante não transmite ao bebê”, explicou.
O Brasil deve ser reconhecido pela OMS ainda este ano, colocando-se entre os países que conseguiram quase erradicar a transmissão vertical do HIV.