Vereador de São Paulo propõe "intervalo bíblico" nas escolas municipais
Críticos argumentam que fere a laicidade do Estado.

O vereador Lucas Pavanato (PL), da cidade de São Paulo, protocolou um projeto de lei que propõe a criação de um “intervalo bíblico” nas escolas da rede municipal de ensino. A iniciativa prevê a destinação de um tempo específico durante o período escolar para leitura e reflexão de trechos da Bíblia. Segundo o autor do projeto, a proposta tem como objetivo promover valores éticos e morais, além de incentivar o respeito à religiosidade como parte da formação integral dos alunos.
A medida, no entanto, gerou reações distintas entre educadores, juristas e representantes da sociedade civil. Críticos alegam que o projeto fere o princípio da laicidade do Estado, previsto na Constituição Federal, e pode abrir precedentes para a imposição de práticas religiosas em ambientes públicos. Já os defensores argumentam que a proposta é voluntária e opcional, e que pode servir como um momento de reflexão e construção de valores positivos entre os estudantes, especialmente em um contexto de aumento da violência e da indisciplina escolar.
Caso aprovado, o “intervalo bíblico” seria implementado de forma facultativa, permitindo que alunos que não desejem participar possam se envolver em outras atividades supervisionadas. O projeto ainda precisa ser debatido em comissões da Câmara Municipal antes de ir à votação em plenário. A discussão promete ser acalorada, envolvendo temas como liberdade religiosa, pluralidade cultural e os limites da fé no espaço público.