Fraude no INSS: Lula joga toda culpa ao Governo Bolsonaro

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou, nos bastidores, a busca por provas que possam vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a casos de corrupção. A movimentação ocorre em meio à crise provocada pelo escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já acumula prejuízos estimados em R$ 6,5 bilhões. A estratégia do Palácio do Planalto é redirecionar o foco da opinião pública para supostas irregularidades cometidas durante a gestão anterior.
Entre as frentes exploradas pelo governo está a tentativa de associar Bolsonaro ao esquema de fraudes no INSS, com base em alegações de omissão diante de alertas emitidos desde 2019. Documentos revelam que o Procon-SP teria alertado o Executivo sobre descontos indevidos aplicados a beneficiários da Previdência. Paralelamente, investigações da Polícia Federal apontam o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), supostamente transformada em uma “ABIN paralela” durante o mandato de Bolsonaro, utilizada para monitorar autoridades e interferir em inquéritos.
O Planalto também acompanha com atenção os desdobramentos da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a Polícia Federal, o nome de Bolsonaro aparece 516 vezes em relatórios que detalham seu suposto envolvimento na articulação golpista. O Supremo Tribunal Federal (STF) pretende acelerar os julgamentos relacionados ao caso, com expectativa de concluir o processo até agosto deste ano. Enquanto isso, a oposição acusa o governo de desviar a atenção das falhas da atual administração, enquanto o Planalto busca reforçar uma narrativa de responsabilização da gestão anterior para conter o desgaste político.