Senado aprova aumento de vagas na Câmara sob críticas de custos
Além de Eduardo Girão, outros senadores também se manifestaram contra o projeto, como Cleitinho (Republicanos-MG), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PL-DF),

Em uma sessão marcada por intensos debates e críticas da oposição, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (25) o regime de urgência para a votação de um projeto que prevê a criação de novas cadeiras na Câmara dos Deputados. Senadores contrários à proposta alertaram para o pesado impacto orçamentário da medida, enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, defendeu o cumprimento de acordos de liderança. A informação é da Agência Senado.
O ponto central da discórdia é o aumento do número de deputados federais, o que, para os opositores, implicará em um acréscimo significativo de despesas para os cofres públicos. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) foi um dos mais veementes críticos, pedindo a Davi Alcolumbre o adiamento da votação para que o projeto fosse analisado primeiramente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas o requerimento foi rejeitado. Em seguida, um requerimento de urgência para a votação do projeto foi aprovado com 43 votos favoráveis e 30 contrários, indicando uma divisão clara na Casa.
Girão embasou sua argumentação em dados de pesquisa do instituto Datafolha, que, segundo ele, revelou que 76% da população brasileira é contra o aumento do número de deputados federais. O senador do Novo assinalou que a mudança poderia gerar um aumento de gastos da Câmara em R$ 150 milhões por ano.
"Sabemos que vai ter impacto. Não é só de salário de deputado: é de estrutura de gabinete, apartamento funcional, emendas parlamentares. Será que os deputados vão abrir mão das suas emendas para acomodar os 18 que vão entrar? É claro que não. Se teve aumento de emendas sem os 18 deputados, imagine com os 18 deputados", argumentou o senador Eduardo Girão, levantando o questionamento sobre o real custo e as implicações da medida.
Em resposta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, rebateu as críticas, observando que a votação do projeto já estava previamente acordada com as lideranças na Casa. "Mesmo com manifestações contrárias, esta presidência se comprometeu que estaríamos com esta matéria, nesta semana, em deliberação. E vamos deliberar no dia de hoje", afirmou Alcolumbre, reforçando o compromisso com o que teria sido pactuado internamente.
Além de Eduardo Girão, outros senadores também se manifestaram contra o projeto, como Cleitinho (Republicanos-MG), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PL-DF), reforçando o coro da oposição que vê na medida um aumento desnecessário de gastos em um momento de desafios econômicos para o país.
A aprovação do regime de urgência indica que o projeto deve ser votado em breve no plenário do Senado, com a sociedade atenta aos desdobramentos de uma proposta que promete ampliar a representatividade, mas que, para muitos, virá acompanhada de um custo elevado para os cofres públicos.
Fonte: Agência Senado
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