Franco Maciel
Dilson Moreira: O Visionário da Cultura Palmarina
Há 81 anos nascia o homem que transformou a história cultural de União dos Palmares com ideias ousadas e amor à terra

Se estivesse entre nós, Dilson Moreira da Costa completaria na próxima quinta, 8 de maio, 81 anos. Nascido na Paraíba em 1944, chegou a União dos Palmares em fevereiro de 1974, transferido de João Pessoa para assumir o cargo de Agente Auxiliar da Estação Ferroviária. Bastou assistir às celebrações do Dia da Consciência Negra para se encantar pela causa e mergulhar de cabeça na valorização da história afro-brasileira.
Formado em Turismo, fundou em 1975 a ASSETUR – Assessoria de Turismo de União dos Palmares. Foi o responsável por incluir a cidade no Calendário Turístico Nacional, por meio da tradicional Festa do Milho (FEMIL), com apoio da EMBRATUR.
Dilson também se dedicou à educação: lecionou OSPB no Colégio Cenecista Santa Maria Madalena e, posteriormente, OSPB e Ciências Físicas e Biológicas no Ginásio Mário Gomes de Barros. Mas seu maior legado foi cultural.
Criador do brasão e da bandeira de União dos Palmares, oficializou o hino da cidade, doou bandeiras estaduais para o platô da Serra da Barriga e liderou a luta pelo tombamento da própria serra — proposta iniciada por ele em 1979 e conquistada em 1985. Foi ele também quem moveu os primeiros esforços para que a casa do poeta Jorge de Lima fosse reconhecida pelo IPHAN.
Em 1982, recebeu o título de Cidadão Honorário de União dos Palmares. E em homenagem à sua trajetória, a quadra de areia no final da avenida Monsenhor Clóvis Duarte de Barros leva seu nome.
Dilson Moreira permanece vivo na memória da cidade como exemplo de dedicação, cultura e identidade. Um paraibano de nascimento, mas palmarino de coração e história.