A revelação de uma fraude bilionária envolvendo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que pode ter prejudicado inúmeros aposentados por meio de descontos indevidos, desencadeou uma disputa narrativa entre o atual Presidente da República e os bolsonaristas.

     De um lado, apoiadores de Lula afirmam que a fraude é fruto da negligência durante o governo de Jair Bolsonaro. Do outro, opositores responsabilizam a atual gestão petista pelo esquema.

     Investigações do Ministério Público revelam que os descontos irregulares já ocorriam em 2018 e 2019, durante os mandatos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Portanto, trata-se de um problema antigo, que não surgiu no atual governo nem é exclusivo dele.

      As apurações também indicam que a maioria das empresas autorizadas a realizar os descontos irregulares foi criada durante o governo Bolsonaro. Ainda assim, o escândalo estourou na gestão de Lula da Silva. Para agravar a crise, o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos é Frei Chico, irmão de Lula. Embora não seja investigado, sua ligação com o Presidente tem sido usada pela oposição como instrumento de ataque político, mirando nas próximas eleições presidenciais.

      Mais do que apontar culpados, o essencial é que governo e oposição se unam para identificar e punir os responsáveis por esse crime, que afeta justamente os cidadãos mais vulneráveis.