Michelle Bolsonaro ganha força política e supera protagonismo de Janja
A Michelle tem inserção no PL, tem muita gente que de fato acredita nela e ela vai concorrer no mínimo ao Senado afirma analista político.

O cenário político brasileiro começa a dar sinais de que Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, se consolida como uma das principais figuras do campo conservador, com um protagonismo que, segundo analistas, supera o da atual primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Ao contrário de Janja, cujo capital político está diretamente associado ao fato de ser esposa do presidente Lula, Michelle construiu uma base própria, especialmente junto ao eleitorado evangélico e aos quadros do PL, partido que abriga seu grupo político.
''A Michelle é um player político importante, muito mais que a Janja. A Michelle tem inserção no PL, tem muita gente que de fato acredita nela e ela vai concorrer no mínimo ao Senado”, afirma um analista político ouvido pela reportagem da Globo. De acordo com especialistas, a ex-primeira-dama vem ocupando espaços estratégicos, sobretudo no meio religioso, onde seu discurso encontra forte ressonância.
Enquanto isso, Janja mantém um perfil mais institucional, focando em pautas sociais, culturais e na agenda de defesa dos direitos das mulheres, mas sempre a partir do papel de primeira-dama. Seu poder político, portanto, é reflexo direto da influência do presidente Lula, sem uma construção partidária própria até o momento.
Michelle, por outro lado, mergulhou definitivamente na política desde 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito. De lá para cá, se fortaleceu dentro do PL, tornou-se presidente do PL Mulher e mantém articulações com lideranças evangélicas e conservadoras de todo o país. O nome dela é cotado tanto para disputar o Senado quanto, em um cenário mais ousado, até mesmo a Presidência da República em 2026, caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível.
O contraste entre as duas primeiras-damas simboliza não apenas diferenças pessoais, mas também os modelos de atuação política que representam. Enquanto Janja segue vinculada ao campo progressista e atua nos bastidores, Michelle se posiciona cada vez mais como uma liderança direta, com voz própria, influência partidária e projeção eleitoral.