O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta terça-feira (17) que o Google forneça, em até 48 horas, os dados dos responsáveis por publicar na internet a chamada “minuta do golpe” — documento que teria planos de instaurar estado de defesa após as eleições de 2022.

A medida atende a um pedido da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e apontado como integrante do "núcleo crucial" da suposta trama, que busca demonstrar que o documento circulou online independentemente de sua autoria . Ademais, Moraes exigiu perícia para verificar se o arquivo online corresponde ao apreendido na casa de Torres.

No mesmo despacho, Moraes autorizou acareações entre Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, além de entre o delator Mauro Cid e o general Braga Netto. O objetivo é confrontar versões e esclarecer contradições nos depoimentos.

A decisão faz parte do processo que investiga se houve tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A “minuta do golpe”, encontrada pela Polícia Federal em Torres, é considerada uma das peças centrais das acusações. Teresa negou autoria e atribuiu a origem do texto ao que chamou de “minuta do Google” — argumento que agora será investigado com apoio da plataforma.

 Contextualização:  A “minuta do golpe” é um esboço de decreto que previa intervenção nas Forças Armadas e prisão de ministros após as eleições de 2022, conforme investigações da PF.  Anderson Torres, réu no processo, afirmou que o texto foi trazido inadvertidamente à sua casa e o chamou de “minuta do Google”, sugerindo que era um arquivo comum disponível na internet. A determinação de Moraes para que o Google apresente os dados visa esclarecer quem publicou originalmente o texto, se tem relação direta com Torres e qual sua procedência.

A trama complexa ainda será analisada pelo STF, com o cruzamento de todas as provas, depoimentos e perícias para concluir se houve tentativa de golpe e qual participação de cada réu.