Com Futuro Político Incerto, Jair Bolsonaro apela constantemente às manifestações de rua
Um novo evento está previsto para ocorrer no dia 23 de junho, menos de quatro meses após a última manifestação promovida por Bolsonaro no mesmo local, em fevereiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a realização de um novo ato político na Avenida Paulista, em São Paulo, reforçando o tom de pré-campanha que tem adotado em suas últimas aparições públicas. A convocação foi feita neste domingo (15), durante evento com apoiadores, e já mobiliza a base bolsonarista nas redes sociais.
O evento está previsto para ocorrer no dia 23 de junho, menos de quatro meses após a última manifestação promovida por Bolsonaro no mesmo local, em fevereiro. Na ocasião, o ex-presidente se defendeu das acusações que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) e buscou reafirmar sua liderança sobre a direita brasileira. Agora, o novo ato promete repetir a estratégia: fortalecer sua imagem pública e pressionar as instituições, com críticas veladas ao Judiciário e à condução do governo Lula (PT).
Embora ainda inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro segue atuando como principal figura de articulação do campo conservador e mantém sua influência entre os aliados do Congresso Nacional, governadores e pré-candidatos para 2026. Ao convocar o ato, o ex-presidente também tenta reagir às recentes derrotas no Judiciário e à crescente pressão de investigações que miram seu entorno político e familiar.
A escolha da Paulista mais uma vez como palco não é casual: o local tornou-se símbolo das manifestações bolsonaristas e do embate direto com as instituições. A expectativa é de que o evento atraia parlamentares, pastores evangélicos e figuras de destaque do bolsonarismo, além de repetir bandeiras como a defesa da liberdade de expressão, críticas ao Supremo e apoio às Forças Armadas.
A nova manifestação ocorre em meio a tensões renovadas entre Bolsonaro e o STF, especialmente após o avanço das investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-presidente tem buscado reforçar o discurso de perseguição política para manter coesa sua base e alimentar a narrativa de vítima do sistema.
Lideranças da oposição classificam o ato como “campanha antecipada” e alertam para o risco de radicalização do discurso bolsonarista. Já aliados minimizam as críticas e tratam a manifestação como um "ato cívico em defesa do Brasil".
Enquanto isso, o Planalto acompanha com atenção os desdobramentos, avaliando os impactos políticos do movimento liderado por Bolsonaro. A manifestação na Paulista poderá servir como termômetro para medir a capacidade de mobilização do ex-presidente e seu fôlego rumo às eleições de 2026 — seja como candidato ou como cabo eleitoral decisivo.