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,17/06/2025

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As contradições de um político: Arthur Virgílio afirma ter lutado contra a ditadura militar e que apoia Bolsonaro para garantir a democracia no Brasil

O ex-senador ainda teceu duras críticas a "certas figuras que apoiaram a ditadura" e agora se apresentam como democratas. Em contradição uma dessas figuras é Jair Bolsoanro.


As contradições de um político: Arthur Virgílio afirma ter lutado contra a ditadura militar e que apoia Bolsonaro para garantir a democracia no Brasil Arthur Virgílio (no centro) e Jair Bolsonaro (à direita ) / Foto: Reprodução da rede social X

O ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) utilizou suas redes sociais para se posicionar sobre seu passado político, seu apoio a Jair Bolsonaro em 2022 e as recentes condenações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. Em um texto que busca afirmar sua coerência e histórico democrático, Virgílio tenta justificar alianças políticas que, para muitos, representam uma flagrante contradição com sua biografia de luta contra a ditadura.

Virgílio iniciou sua publicação relembrando sua participação na luta contra a ditadura militar de 1964 a 1984, destacando seu papel como estudante e parlamentar. Contudo, o ponto central de sua defesa reside na justificativa de seu apoio a Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022. Ele revelou que foi convencido pelo senador José Agripino a se encontrar com Bolsonaro para "tentar evitar a volta de Lula ao Palácio do Planalto". O ex-senador afirmou ter recebido "fotos e informações interessantes" de um ministro de Bolsonaro e que "cumpri meu papel e trabalhei pelo candidato", embora tenha criticado esse mesmo ministro por uma suposta "traição" após um debate televisivo.

A narrativa de Arthur Virgílio busca apresentar seu apoio a Bolsonaro como uma medida pragmática para combater um mal maior (a volta de Lula), em detrimento de uma coerência ideológica. Essa posição é vista como uma profunda contradição por críticos, que apontam o histórico autoritário e as declarações antidemocráticas de Bolsonaro como incompatíveis com a trajetória de um ex-combatente da ditadura. Ao defender sua "coerência" e afirmar que "jamais aceitarei que tentem silenciar a minha voz" ou que "atacado, em vez de me esconder debaixo da caminha da vovó", Virgílio tenta solidificar sua imagem de lutador, mesmo diante de alianças que geram questionamentos.

O ex-senador ainda teceu duras críticas a "certas figuras que apoiaram a ditadura" e agora se apresentam como democratas. Essa crítica, porém, ressoa de forma complexa quando se observa seu próprio apoio a um presidente que elogiou torturadores e questionou abertamente instituições democráticas. A contradição se acentua quando ele deplora a condenação de uma mãe de sete filhos a 14 anos de prisão pelos eventos de 8 de janeiro, classificando a sentença como "selvagem" e uma "brutalidade mórbida". Ele reitera ter denunciado as "arbitrariedades" e que será "contra as injustiças sempre", levantando a questão da proporcionalidade das penas aplicadas aos participantes dos atos.

A publicação de Arthur Virgílio, portanto, não apenas oferece um olhar sobre suas recentes escolhas políticas, mas também reabre o debate sobre a elasticidade da coerência ideológica no cenário político brasileiro, onde ex-opositores da ditadura podem se alinhar a figuras com discursos autoritários em nome de um bem maior, ao mesmo tempo em que criticam o rigor da justiça contra esses mesmos aliados.






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