O senador Humberto Costa (PT-PE) fez um pronunciamento contundente no Plenário nesta segunda-feira (16), afirmando que a percepção de crise econômica persistente entre parte da população brasileira ignora dados oficiais positivos devido à disseminação massiva de notícias falsas por grupos de extrema direita nas redes sociais.

Segundo o parlamentar, essas "narrativas" dificultam o reconhecimento dos avanços conquistados pelo governo Lula. Ele citou a queda da inflação, o aumento da renda familiar, a redução do desemprego e o lucro de estatais que antes eram apontadas como deficitárias. Para o senador, mesmo com esses indicadores favoráveis, a sensação de um cenário econômico adverso prevalece.

"Vivemos hoje um tempo em que os fatos perderam o poder de convencimento frente à narrativa emocional", declarou Humberto Costa. Ele argumentou que a extrema direita "construiu seu império digital de ressentimento, medo e desinformação" ao explorar emoções primárias, não argumentos. "Mesmo diante de dados inequívocos, o povo é refém de um fascismo que explora suas emoções primárias, como medo, raiva e repulsa, operando não com argumentos, mas com afetos que alimentam o mau humor e a desesperança", afirmou o senador, segundo a Agência Senado.

O senador apresentou números para embasar sua tese: nos dois primeiros anos do atual governo, a inflação média foi de 4,73%, abaixo da média histórica de 6,5% das últimas três décadas. Ele destacou que preços de alimentos essenciais, como arroz e feijão preto, registraram quedas de 12,7% e 23,01%, respectivamente, enquanto a renda das famílias teve um aumento de 19%, ampliando o poder de compra.

No que se refere ao mercado de trabalho, Costa ressaltou que o Brasil alcançou uma das menores taxas de desemprego da história, com aumento no número de carteiras assinadas e queda de 38% na informalidade. Citou ainda o desempenho de empresas públicas como Dataprev e Serpro, que, apesar de históricos déficits contábeis, obtiveram lucros de R$ 580 milhões e R$ 685 milhões, respectivamente, em 2024.

"Onde está essa deterioração econômica e social de que muitos falam? Onde estão a paralisia, a piora da vida e do dia a dia das pessoas, tendo em conta que todos os indicadores socioeconômicos são sensivelmente melhores do que os anteriores?", questionou o senador. Ele concluiu que essa percepção negativa reside em um campo onde as forças progressistas "ainda não conseguiram dominar", pois, ao contrário da extrema direita, não trabalham "com discurso de ódio, com fake news e com desinformação".

Fonte: Agência Senado