Franco Maciel
Monsenhor Clóvis Duarte de Barros: um legado que o tempo não apaga
Neste 13 de maio, celebramos a vida e a missão de um pastor incansável, mestre de gerações e verdadeiro pilar de fé e cultura em União dos Palmares

Hoje, 13 de maio, União dos Palmares se veste de saudade e gratidão para celebrar o nascimento de um homem cuja presença continua viva nas ruas, na fé e na memória de todos nós: Monsenhor Clóvis Duarte de Barros.
Nascido em 1898, na cidade de Pilar, foi entre nós que ele plantou suas raízes de missão. Escolheu nossa terra — e nós, sem hesitar, o escolhemos como nosso. Padre Clóvis não foi apenas um sacerdote; foi amigo, conselheiro, educador, construtor e guia espiritual. Com sua batina surrada, seu passo firme e o olhar sempre atento, percorreu ruas, sítios, hospitais e escolas. Levava consigo não só a palavra de Deus, mas o gesto concreto da caridade, da dignidade e da esperança.
Sob sua liderança nasceram o Ginásio Santa Maria Madalena, o Hospital São Vicente, a Maternidade Santa Catarina, a Casa do Pobre Santo Antônio… Mas mais do que erguer paredes, ele formou consciências. Seu legado está nos valores que deixou: fé, serviço, humildade e amor ao próximo.
Partiu em 1962, mas jamais nos deixou. Continua presente na avenida que leva seu nome, no busto que o eterniza nos fundos da nova Matriz — e, acima de tudo, nas lembranças de quem teve o privilégio de viver sob sua bênção.
E é justamente ali, em frente ao busto erguido pelo povo em sua memória, que repousam hoje seus restos mortais. Inicialmente sepultado dentro da antiga igreja matriz — conforme a tradição dos grandes pastores —, seus ossos foram retirados com respeito antes da demolição da igreja em 1971, sendo então levados ao lado de sua mãe, Dona Gertrudes de Ataíde Duarte, no Cemitério Campo Santo dos Palmares. Mas o tempo, com sua sabedoria, quis trazê-lo de volta para perto de sua gente. E foi assim que, anos depois, seus restos e os de sua mãe foram trasladados para junto do busto, selando uma união eterna entre a fé que pregou e o povo que amou.
Neste 13 de maio, fazemos mais que lembrar: celebramos. Celebramos o homem, o padre, o monsenhor. Celebramos a vida que se fez missão. E agradecemos a Deus por ter dado a União dos Palmares o dom de um pastor tão fiel.
Monsenhor Clóvis Duarte de Barros: exemplo de fé que o tempo não apaga.